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Fonte: https://www.sciencesetavenir.fr/nature-environnement/climat/selon-le-giec-le-changement-
climatique-s-accelere-est-irreversible-mais-peut-etre-corrige_156431
Nesta figura, pode-se constatar que a variação da temperatura da Terra apresentou queda
do ano 1 até 1850, porém, a partir desta época, que corresponde à 1ª Revolução Industrial
na Inglaterra, houve um crescimento acelerado desta variação sem precedentes em 2000
anos evoluindo de zero para alcançar 1,1 °C em 2020 . A temperatura global na superfície
da Terra entre 2000 e 2020 foi 1,1 °C mais alta do que a média entre 1850 e 1900.
Constata-se um rápido aumento nas temperaturas nunca antes visto. É mais alta nos
continentes (1,59 °C) do que nos oceanos (0, 88 °C). Pode-se observar, também, que, de
1850 até o ano 2020, ficou evidenciada que a atividade humana (antrópica) é responsável
pelo aumento da variação da temperatura observada no planeta porque se constatou que
não houve variação na contribuição solar e vulcânica de 1850 a 2020. Não há mais
dúvidas de que o Homem está realmente na origem do fenômeno atual. É inequívoco que
a influência humana aqueceu a atmosfera, os oceanos e o solo. Ficou evidenciada a
certeza de que a mudança climática que está em curso é causada pelas emissões humanas,
é irreversível, mas pode ser corrigida se houver uma ação forte e coordenada de todos os
países do mundo, segundo o IPCC.
Segundo o IPCC, na última década, todos os recordes de emissões de gases de efeito
estufa causados pelo homem foram quebrados. As concentrações continuaram
aumentando. Em 2019, era de 410 partes por milhão (ppm) para CO2, 1866 partes por
bilhão (ppb) para metano (CH4) e 332 ppb para óxidos nitrosos (N20). 56% dessas
emissões são absorvidas pelo oceano e pela vegetação e solos. 44% das emissões anuais,
portanto, se acumulam na atmosfera e causam um aumento no efeito estufa. Em 2019, as
concentrações de CO2 estavam em níveis não vistos no planeta há pelo menos 2 milhões
de anos e as de metano e N2O por 800.000 anos. Desde 1750, os níveis de CO2
aumentaram 47%, o metano 156% e o N2O 23%.
O relatório do IPCC aponta perturbações no ciclo da água informando que, globalmente,
chove mais na Terra hoje do que em 1950 e tem se acelerado desde 1980. Como resultado,
as inundações são mais frequentes em algumas regiões do planeta enquanto os períodos
de seca se multiplicam e se alongam em outras regiões. O número dos ciclones mais fortes
aumentou nas últimas quatro décadas, mas não há certeza de que seu número total
aumentará. No Pacífico Norte, essas tempestades estão ocorrendo agora em latitudes mais
altas. O nível do mar aumentou 20 centímetros entre 1901 e 2018. O oceano aqueceu mais
no século 20 do que desde o final da última era do gelo, 11.000 anos atrás, que marcou o
início do Holoceno. O aumento do nível do mar é causado tanto pela expansão térmica
devido ao aumento da temperatura da água quanto pelo derretimento das geleiras, do gelo
marinho ártico e da camada de gelo da Groenlândia. O relatório detalha pela primeira vez
a responsabilidade de um e do outro. A expansão térmica explica 50% da subida dos
mares, enquanto as geleiras contribuíram com 22%, as calotas polares com 20% e o
armazenamento de água em barragens com 8%.
O relatório do IPCC informa que o gelo do Ártico derrete muito rapidamente. A taxa de
derretimento das calotas polares quadruplicou entre 1992-1999 e 2010-2019. Juntas, as
calotas polares e geleiras se tornaram os contribuintes mais importantes para o aumento
do nível do mar entre 2006 e 2018. O gelo marinho no Ártico viu sua área de superfície
encolher 40% em setembro entre 1979-1988 e 2010-2019, e 10% em março entre os
mesmos dois períodos. Há tendência de eventos extremos cada vez mais violentos e
numerosos. A ligação entre as mudanças climáticas e os eventos climáticos mais severos